O curioso caso da aplicação da mineração de dados no setor de seguros pessoais

A mineração de dados com o advento do data gathering cada vez mais integrado das empresas de seguros e cartão de crédito estão utilizando esses dados para análises cada vez mais apuradas sobre o comportamento do consumidor, bem como predizer se ele é um bom ou mau cliente em relação a contratação de um seguro.

Isso porque as empresas de seguros estão cada vez mais empenhadas em realizar o cruzamento de informações sobre os hábitos de consumo e realizando o trabalho de predição e metrificação da ocorrência de acidentes fatais e de acordo com essas métricas determinar o quanto o coeficiente de risco de segurar cliente em questão.

Esse cruzamento de informações ocorre no momento em que há o pagamento do prêmio pela morte de um segurado por infarto, no qual a empresa de seguros vai até o mercado para o enriquecimento das informações sobre o segurado para construção de métricas de risco sob aquele determinado tipo de persona. Feita a solicitação (geralmente a empresas de cartão de crédito) há o retorno dos hábitos de consumo do portador do cartão: Gastos acima de R$ 200 em farmácias, pagamento de plano de saúde, idas constantes a churrascarias, e bares. Com posse desses dados sobre as informações de consumo do cliente, a seguradora faz uma espécie de backtracking avaliando quais foram os hábitos de consumos que levaram aquele cliente em especial a ter uma parada cardiaca. Se levarmos em consideração que uma gama alta de dados médicos podem ser adquiridos esse tracking pode ser muito mais efetivo.

Feito isso, o segurado que faleceu tem um score no qual ele pode auxiliar no desenvolvimento de métricas, e posteriormente na construção de personas; as quais podem ter preço diferenciado em relação a aquisição de novos seguros.

É contra a lei? Não, pois não há legislação pertinente a respeito de aquisição e venda de dados pessoais entre provedores de informações; e as malas diretas de empresas de marketing são prova cabal disso. É errado e anti-ético? Não, pois em seguro existe uma regra bem explicita: O valor da fraude é rateado por todos os usuários, sem exceção; ou seja, quanto menos democratizar as perdas, os ganhos individuais serão maiores; e consequentemente as apólices mais em conta.

É um tema controverso e que mexe com questões éticas muito recentes como privacidade digital, e venda de informações; mas que seguramente irá ser o futuro da análise de risco de seguros pessoais. Na dúvida, pague em dinheiro!